quinta-feira, 30 de abril de 2009

O MUNDO DE QUARENTENA!





A gripe suína põe à prova a eficiência sanitária do mundo globalizado. Países como a Coréia do Sul e a Nova Zelândia já demonstraram o seu arsenal com relação a esse risco, já países como Israel e o próprio México mostraram-se ainda incapazes de lidar com o que pode ser a nova "peste" da humanidade.
Estima-se, segundo microbiologistas e infectologistas, já há algum tempo que, cerca de cem em cem anos uma violenta pandemia age como um intenso fator de controle populacional no mundo. Algo como se fosse um feedback para a sustentabilidade do planeta. A população cresce, os recurso se escassam e o ambiente reage, normalmente com o mais eficiente fator de pressão seletiva para os seres vivos, um microorganismo. Daí, a população cai, logo o consumo dos recursos diminui e a biosfera se recupera numa nova era de abundância proporcionando o restabelecimento do crescimento populacional até que um novo ciclo recomece.
Pois bem, estamos bem no restabelecimento do ciclo, se contarmos a partir da última grande pandemia, a gripe espanhola, que dizimou cerca de um terço da população mundial no início do século XX.
Acredita-se que hoje, com a globalização, com as facilidades de transporte intercontinental e com a densa aglomeração demográfica, o mundo estaria até mais vulnerável à devastação microbiológica que a natureza caprichosamente nos impõe. É certo também que atualmente as tecnologias sanitárias e farmacêuticas nos dão uma considerável vantagem sobre o mundo microscópico. Se a facilidade de contágio é maior, a consciência preventiva e a capacidade terapêutica sofreram avanços consideráveis. Resta-nos saber quem ganhará essa disputa, de um lado, a natureza e suas diversas engenharias evolutivas associada às circunstâncias de um mundo globalizado e altamente interativo, do outro, a tecnologia, a informação e a atual organização geopolítica.
Meu temor maior é em relação ao Brasil, país acostumado a tapar o sol com a peneira e trocar a fechadura depois que a porta fora arrombada. Será que em Terras Lulantes seremos tão cuidadosos e competentes como o momento exige? Por aqui, é bem capaz de ter deputado vendendo cota de bilhete aéreo para o México bem no meio do olho do furacão de uma provável pandemia... Alguém duvida?
Podemos aproveitar para olhar o mundo de uma forma mais responsável e disciplinada, principalmente sob o aspecto ecológico e social. O aquecimento global, o buraco na camada de ozônio e a escassez de recursos naturais, incluindo a água potável, amedrontam-me bem menos que o ambiente microscópico. A cada ecossistema em que interferimos, a cada bioma que agedimos e/ou subtraimos, funciona como uma pedrada nessa colmeia microbiológica de aonde não temos para correr.
Diante à natureza não há demagogias, populismos ou retóricas de embromação, ela age com o rigor e o vigor da coerência.
Cuidem de seus velhos e de suas crincinhas, pois serão, no caso de uma pandemia, os primeiros a sucumbirem; cuidem de seus semelhantes que vivem na precariedade sanitária ou nas indígnas aglomerações sociais, pois com certeza também serão alvos fáceis. Vamos rogar por nós mesmos à natureza para que ela tenha piedade por tudo que fazemos durante toda a nossa existência humana.

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