domingo, 13 de dezembro de 2009

Ainda sobre Copenhagen 2009

Ainda não me sinto completamente à vontade para opinar sobre a COP15 Copenhagen 2009 e os seus respectivos tipping points com a clareza e imparcialidade suficientes para não sofrer a tentação de cair em "achismos" e outros "ismos" típicos de uma análise superficial, logo, equivocada.
Entretanto, não resisto e permito-me ao pensamento alto sobre o assunto e, impreterivelmente, acabo por deixar a minha empírica impressão sobre o evento.
Em destaque, assumo uma posição um tanto cética às questões ambientais da moda, ou pelo menos quanto à pertinência delas para a vida humana em sua escala de existência evolutiva. Suspeito haver um desvio e atenção para os problemas de maior urgência para a humanidade no momento. Sei que isso pode parecer uma visão um tanto imediatista das nossas necessidades prioritárias. Mas, admito avaliar como prioridade algo realmente momentâneo. A fome, a corrupção, o mau uso da democracia e as concentrações de recursos, dentre outros, no meu modesto ponto de vista, são assuntos prioritários para uma discussão global visando o bem estar dos povos desse planeta.
Outro ponto sob minha suspeita é que as nações em desenvolvimento, logo agora, que estão e pleno desenvolvimento, sintam-se pressionadas por motivos ambientais a rever o seu desenvolvimento, enquanto que o desenvolvimento das nações ricas e poderosas, o qual custou ao ambiente muito do seu atual sofrimento, mantém-se seguro no seu atual patamar. Estranho isso, muito estranho!
Por que não há uma conferência mundial de semelhante proporção para o problema da qualidade de educação no mundo inteiro, ou sobre os entraves que a corrupção no planeta impõem ao bem estar de diversas culturas pelo globo? Parece que esses temas não despertam lá muito interesse das demais nações que têm os seus problemas relacionados a esses temas razoavelmente resolvidos. Entendo que uma nação não democrática, ou pior, uma nação continental mal educada e corrupta, não será sadia para a qualidade ambiental, por exemplo, em seu próprio território e, por conseguinte, para o resto do planeta. Ou alguém discordaria que a devastação da Amazônia não reflete justamente isso, um país ignorante e corrupto sendo refém das necessidades de grupos que se mantém às custas do desmatamento e do mau uso dos recursos naturais? Percebo que numa sociedade onde há informação, capacidade analítica e crítica e, por isso, maior poder de interatividade, o meio ambiente e não somente isso, mas saúde, segurança etc. seriam temas tratados com maior coerência e bom senso. Uma nação ignorante, com sua saúde entregue à sorte e sem garantias de integridade individual e coletiva, não têm lá muita tranquilidade e capacidade para ser ambientalmente sustentável. Será sempre uma sociedade vendida por qualquer promessa milagrosa ou coagida por qualquer imposição de força local.
Mais ou menos por aí que transcorre o meu pensamento sobre tais conferências ambientais. Discute-se prioritariamente temas ainda não totalmente compreendidos pela comunidade científica séria e usa-se isso como verdade absoluta, na maioria das vezes para manipular a dinâmica de desenvolvimento global, favorecendo sempre os mesmos personagens históricos.
Não sou contra, até porque, como disse no início, ainda nem me sinto à vontade pra isso, mas que há algo que não me convence, ah, isso há!
Por isso opino, mas não com a intenção de me opor (ainda), mas de convidar à reflexão.
Vida longa, sucesso, vigor, sorte e aquele abraço a todos.

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