quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

COMBATE AO TRÁFICO

Enviado por Jorge Antonio Barros -
1.12.2009
|
0h34m
COMBATE AO TRÁFICO

Estado expande política de pacificação em mais favelas da Zona Sul

Derrotar a lógica da territorialidade imposta pelo fuzil é o principal objetivo da política de segurança da pacificação das favelas. Com essa frase pomposa e meio sociológica, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, anunciou ontem a ocupação de mais duas favelas da Zona Sul para expulsar o tráfico. As operações ocorreram cedo nos morros do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, e Cantagalo, em Ipanema. Ali será instalada a quinta Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). É uma área considerada estratégica para a maior facção criminosa do Rio. Com a nova UPP subirá para sete o número de favelas beneficiadas pelo programa - as favelas-vitrine. Melhor mesmo será o número de pessoas beneficiadas, que - segundo estimativas do governo do estado - deve chegar a 111 mil pessoas - o equivalente a 11% da população que vive em favelas da capital.

Não resta dúvida que a proposta da pacificação das favelas é boa, apesar de o nome não ser adequado. Fica parecendo com Pax Romana. Dá a ideia, errada, de que os moradores também precisam ser pacificados. A guerra do tráfico não é a luta dos moradores, por melhores condições de vida. Foi uma boa alternativa à política de confronto que foi empregada com maior vigor no início do Governo Cabral. O governo cedeu finalmente às pressões da Secretaria Nacional de Segurança Pública, em direção do policiamento comunitário ou de proximidade, como preferem alguns técnicos.

Com o projeto da pacificação das favelas, o governo Cabral conseguiu um tento extraordinário na gestão da segurança pública: fazer funcionar, na mesma administração, o pêndulo entre repressão-liberação. Antes esse movimento alternava de acordo com a idelogia de quem chegava ao governo do estado. Desde a redemocratização, a política de segurança passou da liberação (governo Brizola) à repressão (governo Marcello Alencar) em três administrações, no período de 12 anos. Esse movimento pendular é uma das razões pelas quais ainda patinamos nesse problema, sob o ponto de vista da administração pública.

O ponto negativo do projeto de pacificação do atual governo é sua lentidão. Ele começou só no segundo semestre do segundo ano de governo. E prevê, na véspera de um ano eleitoral, que vai triplicar o número de pessoas beneficiadas, chegando a 300 mil até o fim do ano que vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário